
Secretaria de Saúde diz que em 2018 foram 20 casos suspeitos da doença,
nenhum contraído no estado; casos atuais são perto da divisa com o ES, que
enfrenta surto de malária
A Secretaria
Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES) divulgou, nesta quarta-feira (22), que
investiga cinco casos suspeitos de malária - três na cidade de Mantena, um em
Conselheiro Pena e outro em Galiléia. Em 2018, segundo a secretaria, foram
confirmados 20 casos de malária no território mineiro, todos contraídos na
região amazônica e nenhum deles autóctone (quando a infecção ocorre dentro do
próprio estado). Não houve nenhuma morte pela doença em Minas neste ano.
Os cinco casos
em investigação atualmente têm vínculo epidemiológico, de acordo
com a Secretaria de Saúde, com a área de surto no estado do Espírito Santo, que
já registrava, até terça (21) à noite, 138 casos confirmados. Os
últimos casos autóctones de malária em Monas foram em 2016 e em 2017, em área
de garimpo em Diamantina e Couto de Magalhães de Minas.
A SES emitiu
alerta epidemiológico no dia 6. Como medida de prevenção, está capacitando
servidores e implementando ações na região de Governdor Valadares,
principalmente em Mantena e Nova Belém, limítrofes às cidades de Vila Pavão e
Barra do São Francisco, onde ocorre o surto no Espírito Santo. Vila Pavão, que decretou emergência,
teve 109 casos e, Barra do São Francisco, 29.
As equipes de
saúde foram para a região no dia 21 para verificar a presença do vetor e
distribuir repelente para a população.
Segundo o secretário de Saúde, Rodrigo Said, o surto no Espírito Santo
é preocupante, por ficar a apenas 12 quilômetros da divisa com Minas Gerais.
Said diz que o trânsito entre os dois estados é muito intenso, e que as cinco
pessoas que estão com suspeita da doença moram em cidades mineiras, mas exercem
atividades econôminas em território capixaba.
A malária é uma doença comum em estados do Norte
do Brasil. A transmissão ocorre pela picada do mosquito Anopheles stephensi,chamado
de mosquito prego, que também se reproduz em água parada. Segundo a secretaria,
não há indícios da presença do mosquito em Minas, já que todos os casos teriam
sido contraídos fora do estado.
Entenda:
A transmissão
ocorre após picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por protozoários
do gênero Plasmodium. No Brasil, três espécies estão associadas à maláriaem seres humanos: P.
vivax, P. falciparum e P. malariae.
O protozoário
é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente através da picada da fêmea do
mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo
de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra
sadia, como o compartilhamento de seringas (consumidores de drogas), transfusão
de sangue ou até mesmo de mãe para feto, na gravidez.
Sintomas:
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com
frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia,
aumento do baço e, por vezes, delírios. No caso de infecção por P. falciparum,
também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária
cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos
sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais,
desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores
de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.